segunda-feira, 5 de julho de 2010

Trivium, as Artes Liberais da Lógica, Gramática e Retórica, parte XII

O Ensaio

Segundo Miriam, é de difícil definição, historicamente. De forma geral, é uma obra curta e em prosa que trata um único tópico. Michel Eyquem de Montaigne foi quem primeiro usou a palavra como um termo literário quando da publicação de seus Essais (1650). Essai = tentativa, experiência.

Francis Bacon é o primeiro inglês a usar o termo, em obras com tom mais pessoal.

No século XVII, surgem os periódicos (journals), e no início do séc. XVIII Joseph Addison e Richard Steele escrevem vívidos ensaios sobre hábitos e idiossincracias de seu tempo, publicados na Tatler (1709-1711) e Spectator (1711-1714). O americano Washington Irving escreveu ensaios em estilo similar.

No Romantismo (início do séc. XIX), o ensaio assume um tom mais íntimo e informal (com freqüência, o uso de material autobiográfico + extravagância, perspicácia e sentimento). Charles Lamb, William Hazlitt, James Leigh Hunt e DeQuincey.

Os americanos Ralph Waldo Emerson e Henry David Thoreau por sua vez não adotaram o tom extravagante.

Na era vitoriana, o ensaio formal tornou-se mais popular. Thomas Carlyle, John Ruskin, Walter Pater, Thomas Huxley, Matthew Arnold e John Henry Newman.

(de acordo com Miriam, até mesmo a Poética de Aristóteles pode ser considerada um ensaio).

1) Ensaio íntimo
Visa mais agradar do que informar o leitor. Comunicação subjetiva de pensamento e sentimento. Um assunto trivial pode virar algo encantador, fascinante, divertido, mordaz, discutido de maneira casual, informal, conversativa. Apropriado para quem guarda um estilo muito literário.
2) Ensaio formal
Varia conforme tema, propósito, público. Ensaios filosóficos, científicos, religiosos e históricos.



Um breve guia de composição


 escrito expositivo escrito poético
comunicação imediata comunicação mediata

Antes de escrever, pensar com cuidado sobre seu propósito e meios. O que há de comum entre o escritor e seus leitores. Não escrever o banal e o insípido – começar com uma pergunta.
“Descobrir as partes do todo e as relações entre as partes e destas com o todo é o principal meio para avançar no conhecimento; é também uma medida de capacidade intelectual”.
Penetrar, distingüir, contrastar, encontrar as causas todas, delinear sua comparação e determinar quais tópicos são coordenados e quais são subordinados.

Ordenar a ênfase –> maior no final, 2ª maior no início, e a menor no meio.

Comunicar o seu plano logo de saída e manter o leitor ciente por meio de transições claras de um tópico ao próximo.

Clareza – exemplos concretos e analogias para assuntos abstratos. Evitar a monotonia, enriquecer, dar cor.

Variação na dicção, sinônimos, extensão das frases, estrutura gramatical e repetição eficaz de palavras. Ritmo.

Condensar as frases, acumular o máximo de significado em poucas palavras. Usar palavras fortes, precisas, vívidas, específicas.
“Os verbos, acima de tudo, são a chave para um estilo vigoroso”.
Vividez voz ativa. Livrar-se do inútil ou supérfluo.






E assim terminamos nosso grande resumo do Trivium.
Nos próximos dias, pretendemos apresentar alguns excertos importantes da tradição filológica e da história da filosofia sobre os pré-socráticos. Fiquem de olho.

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