terça-feira, 8 de setembro de 2009

O argumento ontológico de Santo Anselmo - parte II

Abaixo, o resumo parcial da defesa que Mário Ferreira dos Santos faz do argumento ontológico em sua fulgurante obra O Homem Perante o Infinito.


Propter Leibniz

Leibniz diz que, se o Ser necessário não existe, não há ser possível.

Toda a realidade é, ela não tem como não ser.

E mesmo o que nega a realidade, faz parte do Ser.


Todo possível faz parte do Ser, pois se é possível, pode existir como pode não existir. Se existir, sua existência é contingente. PORÉM a sua possibilidade é NECESSÁRIA.

Conclusão: todo possível é necessário, e tudo está no ser.



Diferença entre Ser e Estar

Para algo ESTAR no ponto X e no tempo Y, ele tem que necessariamente não estar no ponto D e no tempo Z, por exemplo. Estar é finito.

Para algo SER, ele não necessita NÃO SER. Ele simplesmente é. Mesmo quando pensado como NÃO SENDO, ele é. Ou seja, a realidade, por si só, já é "positiva". Do contrário, não haveria nada.

Realidade = Ser = existir

Existência = UM (pitagórico) = "positividade"



Propter Locke

Locke dizia que não há um ateu que negue um ser primeiro, eterno e necessário. A diferença entre um teísta e um ateu para ele é que o teísta crê que o Ser é cognoscente, enquanto que o ateu crê que o Ser é "matéria cega" (natureza, etc).

Materialistas, ateus e outros não negam, assim, o Ser eterno, por isso são monistas.



Segundo Mário, pensar outro mundo, outras realidades sem a nossa lógica não refuta o argumento, pois "o que quiser pode ser imaginado, mas não se podem negar as leis do Ser". Por mais que a Verdade "mudasse" de acordo com uma "nova ordem", pois a Verdade desta ordem é desta ordem, pois a Verdade está no Ser (mesmo no mundo mais diferente e/ou alienígena possível, a Realidade É).

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